Dólar bate R$ 6,30, mas recua com leilões de US$ 8 bilhões do BC; pacote fiscal segue no radar
Após bater recorde de R$ 6,30 por volta das 10h10 desta quinta-feira (19), o dólar passou a operar em queda. A redução do valor da moeda americana só foi possível graças a dois leilões de dólar realizados pelo Banco Central do Brasil (BC) para aumentar a oferta da moeda no país e conter a desvalorização do real.
O primeiro leilão, por volta das 9h30, vendeu US$ 3 bilhões, mas não foi suficiente para conter a alta. O BC, então, anunciou um segundo leilão, de mais US$ 5 bilhões, para as 10h35. Pouco antes de 12h, a moeda americana passou a operar abaixo dos R$ 6,20.
O foco do mercado segue no cenário fiscal. Nesta quarta-feira, relator de um dos projetos do pacote de corte de gastos do governo federal na Câmara dos Deputados apresentou seus pareceres para que os textos sejam votados na Casa.
Investidores acompanham de perto o desenrolar das propostas que compõem o pacote de corte de gastos e há um temor de que as medidas anunciadas não sejam suficientes para equilibrar as contas públicas e conter o avanço das despesas do governo.
Há expectativas de que mais medidas do pacote sejam votadas nesta quinta.
Além do cenário fiscal, o mercado repercute, também, o relatório de inflação do BC. A instituição admitiu oficialmente que a meta de inflação, em 2024, será descumprida novamente, pelo terceiro ano seguido.
A meta para 2024 era de 3% e poderia oscilar entre 1,50% e 4,50% para ser considerada formalmente cumprida.